Razões de um retorno

Como um dos motes de trabalho da República, vai ser importante poder restabelecer uma leitura de Freud condizente com a complexidade de sua obra. Dizemos isso por notarmos que os textos do vienense parecem ter perdido o seu valor de referência enquanto produção particular. As ideias freudianas se resumem, nesse cenário, a um saco de pancadas que devem estar sempre remetidas à obra de Lacan, lida como supostamente mais avançada em todos os aspectos.

O que se segue a partir daí é a produção de simplificações que tentam se sustentar a partir da lógica do embate: X freudiano vs Y lacaniano. Maneira mais rápida de apagar nuances, influências e contradições, bem como produzir caricaturas de ambas as obras.

É diante desse problema que estamos interessados em desfazer essa lógica de oposição que muitas vezes se expressa reduzidamente em tabelas. Não para apagarmos as diferenças, mas para melhor tratar as potencialidades e fraquezas específicas de cada uma dessas obras. Esperamos com isso resgatar a laicidade da leitura dos textos, que hoje parece estar comprometida pela promessa de que basta ler apenas um autor para encontrar de maneira automática a resolução para os problemas do campo.

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